terça-feira, 25 de outubro de 2011

Alcaçuz: novo pavilhão começa a ser ocupado





60 apenados "inauguraram" o novo pavilhão em Alcaçuz na manhã de ontem. Coape espera ocupar 200 vagas no local Foto: Paulo de Sousa/DN/D.A Press
O pavilhão Rogério Coutinho Madruga, mais nova unidade da Penitenciária de Estadual de Alcaçuz e inaugurado no final de dezembro do ano passado, finalmente passou a ser ocupado com detentos na manhã de ontem. A princípio, 60 apenados foram transferidos do setor de adaptação para o novo prédio e, segundo o secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Tiago Cortez, até o final desta semana serão ocupadas 10 celas, totalizando 88 presos. A medida foi tomada após a Justiça liberar mais uma vez o funcionamento do pavilhão na última sexta-feira. O diretor do presídio, o major PM Marcos Lisboa, por sua vez, acredita que a estrutura ainda não teria capacidade para receber detentos. Enquanto isso, pelo menos 40 apenados que estavam custodiados nos Centros de Detenção Provisória (CDPs) da Grande Natal foram levados à unidade prisional. A estimativa da Coordenação de Administração Penitenciária (Coape) é que hoje sejam retirados 40 presos da carceragem da antiga Delegacia de Plantão Zona Sul, em Cidade da Esperança, para os CDPs.

O responsável pela Coape, José Olímpio, explica que os 88 detentos que inicialmente estão ocupando o pavilhão Rogério Coutinho Madruga são aqueles que foram levados à Alcaçuz no último dia 14, quando a Justiça liberou o espaço pela primeira vez. Segundo José Olímpio, o motivo de se ocupar apenas 20% da capacidade do novo setor está na necessidade de se fazer testes e implementar com mais calma um regime de disciplina diferenciado e mais rígido. Ele admite que a medida não chega a solucionar o problema de superlotação das cadeias na Grande Natal, mas ameniza a situação. Olímpio lembra que em todos os 12 CDPs da região metropolitana da capital estão custodiados pouco mais de 1 mil homens, além dos 94 que estavam sendo mantidos ontem na antiga DP de Plantão da Zona Sul.

O diretor da penitenciária Marcos Lisboa fez ressalvas quanto à ocupação do novo pavilhão, pois, para ele, há o risco do prédio ser invadidopor detentos de outros setores. "Não há um muro que separe o pavilhão 4 do novo espaço. A única coisa entre os pavilhões é uma cerca serpentina, que apresenta vários buracos. Além disso, existe um ponto cego entre eles que as guaritas não conseguem ver, então os presos poderiam passar se arrastando por ali sem serem percebidos".

O secretário Tiago Cortez, no entanto, afirma que a partir de hoje começará a ser construído um muro separando o Rogério Coutinho Madruga do restante do Presídio, além de ser feita uma porta na lateral dos muros da unidade para a entrada de visitas exclusivamente para esse setor. O secretário ressalta ainda que foram convocados 16 agentes penitenciários que trabalhavam em unidades carcerárias do interior para trabalhar no novo pavilhão de Alcaçuz.

Ainda de acordo com José Olímpio, os 40 homens que foram ontem levados para Alcaçuz são aqueles que já receberam condenação da Justiça por seus crimes e que estavam nos CDPs de Natal. Com as vagas criadas por essa transferência, a Sejuc pretende retirar 40 presos da antiga DP de plantão Zona Sul. A Coape espera, para os próximos dias, conseguir ocupar o Rogério Coutinho Madruga com 200 homens.

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