A informação é da Folha de São Paulo...
Em um gesto público de insatisfação com o governo de Dilma Rousseff, o
PMDB desafiou ontem o Planalto a demitir o apadrinhado da legenda que
comanda órgão federal de combate à seca. O recado foi dado pelo líder da
bancada de deputados federais do PMDB, Henrique Eduardo Alves, que é o
candidato oficial da base governista a comandar a Câmara a partir de
2013.
"O governo vai brigar com metade da República, com o maior partido
do Brasil? Que tem o vice-presidente da República, 80 deputados, 20
senadores? Vai brigar por causa disso? Por que faria isso?", questionou
Alves, responsável pela indicação sob ameaça de exoneração. O deputado
também cobrou reciprocidade, defendendo que Dilma aja em relação a seu
afilhado da mesma forma que agiu com ministros que, mesmo sob suspeita,
foram mantidos nos cargos.
No centro da crise está o diretor-geral do Departamento Nacional de
Obras Contra a Seca (Dnocs), Elias Fernandes, filiado ao PMDB. O
governo cogita tirá-lo depois que a Controladoria-Geral da União (CGU)
apontou desvios de R$ 192 milhões na estatal. O Dnocs é vinculado ao
ministro Fernando Bezerra (Integração), do PSB, que confirma a
informação de que haverá mudanças no órgão.
"Se fosse assim, o Fernando Bezerra tinha sido demitido; o Fernando
Pimentel [Desenvolvimento] tinha sido demitido; o Paulo Bernardo
[Comunicações] tinha sido demitido. Mas não. Apresentaram suas
explicações, convenceram, com nosso apoio inclusive, e ficaram", disse
Alves. Ele se referia a ministros contra os quais pesaram suspeitas de
irregularidades. Bezerra, de favorecer parentes e seu Estado na
liberação de verbas da pasta, entre outros pontos; Pimentel, por
suspeitas em consultorias de sua empresa; Bernardo, por suposto uso de
jato particular. Alves acrescentou: "Eu quero o mesmo tratamento ao
representante do meu partido no Dnocs. Por que com o PMDB o tratamento é
diferente? Não pode se explicar."
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