sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PDT deixa a base do governo e anuncia posição "independente" na política


Publicação: 09/09/2011 10:07 Atualização:

Da redação do Correio Braziliense
Participante da coligação responsável pela eleição de Agnelo Queiroz (PT) ao Palácio do Buriti em 2010, o PDT-DF decidiu, na noite de ontem, deixar a base do Governo do Distrito Federal. Em decisão tomada pela maioria da Executiva Regional, o partido afirmou adotar, a partir de agora, uma posição “independente”. O único voto contrário foi do distrital Israel Batista. Com cargos no Executivo, o deputado ingressou com recurso no diretório local logo após a reunião, realizada na sala da liderança do partido no Senado Federal.

A decisão é resultado de insatisfação da direção pedetista acumulada desde o início do governo. Em nota, entre as razões, a executiva elenca a ausência de diálogo entre o GDF e o PDT e a discordância com o modelo de administração adotado por Agnelo. “Ausência , até este momento, de sinais indicando o cumprimento do ‘novo caminho’ proposto na campanha eleitoral; e prioridades conservadoras, concentradas em obras, em vez de valorizar a qualidade dos serviços públicos e das políticas sociais” estão entre os motivos apontados pelos dirigentes.

A gota d’água para a saída do PDT-DF da base do governo foi a mudança da gestão na Secretaria de Educação. Os pedetistas se ressentem de não terem sido consultados antes da troca na área de uma das principais bandeiras da legenda. Assinaram a nota o presidente da executiva, Georges Michel; a tesoureira, Eroídes Lessa; o secretário-geral, Max Ribeiro; o senador Cristovam Buarque; e o deputado federal Reguffe. “O partido vai tomar o próprio caminho. Não temos mais compromisso com esse governo. Quem quiser continuar precisará apresentar a licença do partido”, afirmou Michel.

Dois filiados do PDT têm cargos de destaque no GDF. Glauco Rojas é secretário de Trabalho e Marcos Woortmann, administrador do Lago Norte. “Eles não foram indicados pelo partido, mas pelo deputado (Israel Batista)”, disse o presidente. O diretório deve se reunir em até 15 dias para avaliar o pleito do distrital. “Acho uma decisão precipitada. Brasília saiu de uma turbulência e ainda não foi possível fazer mudanças estruturais”, alegou Israel Batista, que tinha três versões de recurso antes mesmo do início da reunião. Reguffe não concordou com o colega: “Sempre defendi essa posição. O governador tem de ficar à vontade para indicar as melhores pessoas, independentemente da filiação partidária, mas a minha avaliação é que o governo não vai bem”.

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