quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Disputa terminou com um deságio de 24,46% e pode trazer dificuldades para a viabilidade de projetos no RN


O leilão de energia A-3 realizado ontem pelo Ministério de Minas e Energias (MME) - que negociou a contratação de energia proveniente de novos empreendimentos de geração de fontes hidrelétrica, eólica, termelétrica a biomassa e termelétrica a gás natural - terminou com um deságio de 24,46%. 75 projetos de energia eólica localizados no Rio Grande do Norte concorriam ao certame e podem ter sido prejudicados pela queda de preços. Até o fechamento desta edição não foram divulgados o nome das empresas vencedoras do leilão. Os projetos que se sagraram vencedores deverão iniciar a geração de energia em 1º de março de 2014.


75 projetos situados no RN participam do leilão do Ministério de Minas e Energia Foto: Ana Amaral/DN/D.A. Press
O leilão foi iniciado, às 11h15, com um preço teto de R$ 139/MWh e foi finalizado com um preço final de em R$ 105/MWh para empreendimentos de biomassa, eólicos, e a gás. Dos 321 projetos habilitados para participar do leilão, 240 eram de parques eólicos. Apesar disso, o preço final de R$ 105 por Megawatt pode ter deixado de fora a maioria destes projetos, beneficiando os projetos de termelétricas movidas à biomassa (principalmente de cana-de-açúcar) e térmicas a gás.

"O preço do megawatt ficou bem abaixo do esperado. Menor que R$ 120 já era uma surpresa, R$ 105 então foi surpreendente, mas acredito que o gás natural possa ter puxado esse preço para baixo", disse Jean Paul Prates, diretor geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE). Para ele, a preocupação agora é com a capacidade de financiamento para os projetos de energia eólica. "A preocupação agora é com o enxugamento das fontes de financiamento para esses projetos, porque tem projetos de 2009 que ainda estão com dificuldades de receber os recursos", disse.

Para o presidente do Comitê de Energias Renováveis da Federação das Indústrias (Fiern), Sérgio Azevedo, o preço do megawatt pode ter ficado baixo porque os projetos de eólica estão mais competitivos. "Os fabricantes de aerogeradores se voltaram para o Brasil porque a Europa, por exemplo, praticamente não está mais construindo parques eólicos. E os aerogeradores represetam 75% do custo de investimento do parque eólico. Eu acredito que como esses fabricantes perderam mercado na Europa, mas continuam com a capacidade de produção, eles reduziram os preços dos aerogeradores, tornando os projetos mais competitivos", disse.

Realizado em dezembro de 2009, o primeiro leilão de energia eólica no Brasil obteve preço médio do megawatt de R$ 148,39. O valor foi 21,5% inferior ao teto fixado pelo Ministério de Minas e Energia. Em 2010, o preço-teto foi R$ 167 MW/h. O preço médio do leilão, entretanto, ficou em R$ 122,69 MW/h (26,53% menor que o estabelecido).

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